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Documentário sobre mães atípicas de Belford Roxo estreia no Dia Internacional da Mulher

Quem cuida de quem cuida? 

A pergunta é muito comum e se aplica às mães de crianças atípicas de uma cidade periférica na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. 

“Mães de Bel” é um documentário com personagens reais e de narrativa forte conduzida de forma sensível pelo olhar da diretora e produtora Gyselle Cruz. 

O documentário, contemplado na Lei Paulo Gustavo por meio da Secretaria de Cultura de Belford Roxo e o  Governo Federal, apresenta e propõe a reflexão sobre mães que habitam a cidade de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, e que cuidam de filhos com síndromes neurodiversas. 

Cena do documentário “Maes de Bel”. Foto: Elton Fernandes

São mães apresentadas no filme cuja mensagem é a de que também precisam ser cuidadas. 

A ideia é mostrar a rotina e os conflitos diários por meio dos depoimentos das mães.

“Mães de Bel” mostra momentos marcantes sobre descobertas das mães terem filhos atípicos, os preconceitos que elas e os filhos sofrem em diversos setores da sociedade e a vivência desgastante que exige de cada mãe uma força atrelada a uma desistência nunca cogitada. 

O documentário “Mães de Bel” conta histórias de famílias de Belford Roxo. Foto: Elton Fernades

Situar o documentário em Belford Roxo é uma escolha particular de Gyselle. Há um coletivo chamado Fórum de Famílias Atípicas de Belford Roxo, que possui por volta de 180 mães como participantes ativas.

A cineasta conta que “às vezes não é uma pirraça que a criança faz, é intolerância ao som alto.” 

O documentário aborda a ideia de que as mães pensam que separar um momento para o cuidado consigo mesmas fará com que falte algo para o filho. São mulheres que se põem em último lugar e, desta forma, precisam de ajuda psicológica.


“São mães que precisam de cuidados, precisam se cuidar e entender que isso não é pecado.”

A realizadora conta ainda que o filme também mostra algumas mães que venceram o desbloqueio e a falta de auto estima. 

Mas, a pergunta pertinente é: quem cuida dessas mães? 

Um dos objetivos do filme é fazer com que o poder público possa ser sensibilizado a direcionar atenções para essa parcela da sociedade e auxiliar não somente as crianças, mas também as mães. 

“Que façam projetos para essas mães, principalmente as mães solo”, conta Gyselle.

Filmado em cinco diárias em dezembro de 2023, o projeto foi um desabafo. É o que conta Gyselle Cruz. Durante a projeção, há um momento da história em que essas mães mostram os vínculos que possuem e se reúnem ao final para encontro em família com muitas emoções envolvidas.
A ideia é dar voz e protagonismo a essas mulheres que abdicam de suas vidas em função do cuidado diário com seu filho, para possibilitar que possam ir aos locais de convívio comum sem julgamentos para o momento que seu filho estiver em crise. 

O documentário pode ter papel fundamental para educar as novas gerações na inclusão e que a sociedade no geral possa ter mais empatia e tolerância. Ao invés dessas mães “esconderem” seus filhos para evitar críticas, elas o mostram, afirma Gyselle Cruz:.

“A história que marcou muito foi a dos meninos Gleison (autista) e Leonardo (retardo mental e autismo), dois atípicos. Quem tem a guarda deles é a irmã do meio, conseguida após obter a maioridade. Essa menina cria os dois irmãos atípicos só com um único auxílio do governo. 

Por isso que desejo que quem assistir ao filme entenda que as mães precisam de respeito, de cuidado”, conta Gyselle.

Gyselle, uma das idealizadoras do projeto, sempre trabalhou com crianças. Dá aula de teatro, onde muitos pequenos são atípicos, na comunidade da Guacha, em Belford Roxo. A cineasta é mãe de um casal: Geovanna, de 11 anos, e Theo, de 7. 

Dentre experiências no audiovisual, Gyselle Cruz já realizou a produção executiva do curta-metragem “Linhas”, filme que trata sobre o resgate da ancestralidade.

A pré-estreia será em 8 de março, Dia Internacional da Mulher, na Casa de Cultura de Belford Roxo, de 17h às 19h. 

O evento contará com participantes do filme e mães convidadas que receberão certificados de participação. 

Depois da estreia, a ideia é fazer o documentário rodar o mundo nos festivais. 

As Mães de Bel serão percebidas e tocarão as mães atípicas do mundo.

Ficha técnica

Direção :Gyselle Cruz
Produção: Brigadeirinho Produções
Produção executiva: Ms Mohr produções
Direção de fotografia: Wchan filmes
Câmera: Wanderson Chan
Assistente: Douglas Júnior
Assistente de produção: Khefhren Jones / Fabiana Mohr
Still: Elton Fernandes
Make off: Elton Fernandes, Cinema de Ação

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