Para celebrar a importância cultural das religiões do candomblé e da umbanda, conectando ritmo, canto, dança e história em apresentações e rodas de conversa sobre as tradições de matriz africana, a Portão de Ferro realiza de hoje a domingo o Festival de Ogans Vozes e Tambores.
O evento, realizado em espaços públicos nas cidades de Duque de Caxias, Nilópolis e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, tem o objetivo de celebrar e valorizar os diferentes estilos de percussão de cada território, aproximando o público das tradições dos terreiros fortalecendo a conexão da população com seus bens culturais e com as raízes das culturas negras presentes na região.
ESPAÇOS PÚBLICOS
Entre esses espaços está o Museu Vivo do São Bento, em Caxias, local de grande importância para a Baixada, que guarda desde vestígios arqueológicos da presença humana até memórias da ocupação do território, incluindo histórias de povos indígenas, colonos e quilombolas; Praça dos Direitos Humanos e complexo Cultural Mário Marques, em Nova Iguaçu, e o Parque Municipal Professora Sara Areal, em Nilópolis.
MEDIADORES
Durante o evento, as atividades terão mediação de articuladores que representam a cultura local e atuam como mestres de cerimônia e educadores, contextualizando a história das religiões, das nações e dos ritos.
Em Duque de Caxias, a mediação será feita por Nielson Bezerra, doutor em História e pesquisador das ancestralidades da Baixada Fluminense.
Em Nova Iguaçu, Marcos Serra, doutor em Educação e iniciado no Terreiro de Mãe Beata (Ilé Omiojuàrò), conduzirá as apresentações.
Em Nilópolis, a mediação ficará a cargo de Macedo Griot de Moraes, músico e pesquisador de memória oral da diáspora.

OGANS
O festival reúne ogans, percussionistas sagrados que aprendem e transmitem oralmente, nas casas de santo, os toques e ritmos das liturgias, mantendo viva a memória e a tradição. As apresentações acontecem em trios, seguindo as práticas dos terreiros, e proporcionam ao público uma experiência imersiva da música sagrada.
Ao todo, 36 músicos participam das atividades, incluindo mulheres percussionistas que carregam saberes e vivências das tradições, mesmo sem reconhecimento formal.
As performances destacam instrumentos como os atabaques, essenciais para a execução dos toques, e exploram a interação entre ritmo, canto e dança, oferecendo ao público uma experiência imersiva da música sagrada afro-brasileira.
RODAS DE CONVERSA
Além das apresentações percussivas, o festival promove rodas de conversa que aprofundam o entendimento das tradições.
A mesa Mulheres e o Tambor reúne Zany Nascimento, Gabrielly Martins e L’AYO para refletir sobre o protagonismo feminino na percussão sagrada, compartilhando saberes e vivências que atravessam territórios e gerações.
DIVERSIDADE DE ESTILOS
Já o encontro O Candomblé e suas Nações: Artesanias e Musicalidade, com Leonardo Valerio, André Cleto e Lourenzo Florido (Axé Ylé Yamim Axé Bangbosé), apresenta a diversidade de estilos e expressões musicais do candomblé, mostrando a relação entre instrumentos, ritmos e os ofícios que mantêm vivas essas tradições.

ESPAÇO DE DIFUSÃO CULTURAL
Mais do que um evento musical, o Festival de Ogans Vozes e Tambores é um espaço de difusão cultural e resistência, contribuindo para o combate ao preconceito religioso e racial, para a preservação do patrimônio oral imaterial e para o incentivo ao estudo da história afro-brasileira.
A iniciativa também promove o intercâmbio entre casas de santo e fortalece a identidade cultural da Baixada Fluminense.
ENTRADA GRATUITA
O festival é aberto a todos os públicos, incluindo pessoas interessadas em ritmos africanos, estudiosos das religiões de matriz africana e frequentadores de espaços culturais da região.
Com entrada gratuita, garante inclusão e democratização do acesso, permitindo que todos possam vivenciar e desfrutar da riqueza da cultura dos terreiros.
O “Festival de Ogans” é uma realização do Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Política Nacional Aldir Blanc, e conta ainda com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Duque de Caxias, Nova Iguaçu e do Museu Vivo do São Bento. Tem parceria com a Tatchiando Forma e Movimento. É uma idealização Portão de Ferro.

Serviço:
Festival de Ogans – Vozes e Tambores
Datas: 22, 23 e 24 de agosto de 2025
Entrada: gratuita
22 de agosto – Duque de Caxias
Local: Museu Vivo do São Bento, Rua Benjamin da Rocha Júnior, s/n – São Bento, Duque de Caxias – RJ
Curadoria: Nielson Bezerra
23 de agosto – Nilópolis
Local: Parque Sara Areal, Rua Gonçalves Dias, 724-790 – Nova Cidade, Nilópolis – RJ
Curadoria: Macedo Griot de Moraes
24 de agosto – Nova Iguaçu
Local: Praça dos Direitos Humanos, Via Light, s/n – Centro, Nova Iguaçu – RJ, 26215-220
Curadoria: Marcos Serra
(*) Com Sarah Martins, assessoria de imprensa Festival