Em “Senhora das Folhas”, Áurea Martins mergulhou no universo do sagrado feminino das rezadeiras e benzedeiras do Brasil, mulheres matriz fundamentais no esgarçado tecido social deste país profundo. Neste mês março, a cantora celebrou o mês das mulheres com circulação pelas unidades do SESC (São João de Meriti, Barra Mansa e Madureira), encerrando as apresentações no SESC Tijuca, na terça-feira (26).
O show fez um mergulho delicado no universo do sagrado feminino, em repertório que vai de canção medieval a coco de roda, passando por canto indígena e sambas icônicos.
Louvores das manifestações populares de Minas Gerais se uniram a canções contemporâneas como “A Rezadeira” (Projota) e “Me Curar de Mim” (Flaira Ferro), a um belíssimo canto indígena Parakanã e a sambas como “Banho de Manjericão” (Paulo Pinheiro e João Nogueira) e “Na Paz de Deus” (Arlindo Cruz), em arranjos luxuosos.
Sob a direção musical do violoncelista e cantor Lui Coimbra, o show potente e emocionante tece o diálogo entre os imaginários urbano e rural do país.
Unindo os vários Brasis e as duas pontas da vida, Áurea visitou sua ancestralidade e ganhou o terreno do qual é rainha por herança e direito em um concerto que toca e transforma, público e artista.
Áurea se apresentou acompanhada de alguns dos mais representativos músicos brasileiros: Lui Coimbra (violoncelo, violão, rabeca, charango andino e voz), Fred Ferreira (viola, guitarras e voz), Marcos Suzano (pandeiro e percussão), Pedro Aune (contrabaixo acústico) e André Gabeh (vocais).
